Observa-se uma boa vontade e disposição das pessoas em utilizar
uma ferramenta que serve para melhorar a gestão e o resultado da empresa. Notamos
que frequentemente há uma preocupação em utilizar uma ferramenta, quer seja o kanban, quer seja qualquer outra, sem
saber exatamente para que ou com que propósito.
O kanban, palavra japonesa cujo significado é sinal ou
quadro de sinais, “é um dispositivo sinalizador que autoriza e dá instruções
para a produção ou retirada de materiais em um sistema puxado” (Léxico Lean,
Lean Institute Brasil, p. 41).
Gostaria de reproduzir um diálogo entre Michikazu Tanaka, um
executivo de uma empresa subsidiaria da Toyota, e Taiichi Ohno, então
aposentado e trabalhando com consultor para essa empresa. Após alguns anos
implementando alguns conceitos, técnicas e ferramentas sob a supervisão de
Ohno, o Sr Tanaka formula a seguinte pergunta:
“Ohno - san. Eu estava errado sobre o kanban. Eu achava que
o kanban tinha como propósitos a redução de material em processo, aumento de
produtividade e exposição de problemas. É muito bom para isso, mas seu objetivo
principal é algo mais, não é?”
Após esperar uma eventual resposta de Ohno (o que não
ocorreu, já que faz parte do método dos sensei não oferecerem respostas e
estimularem as pessoas a pensar) e ficar ansioso com o silêncio, Tanaka
continuou:
“Você usa o kanban para criar uma tensão positiva no local
de trabalho através da redução do material em processo, e isso motiva as
pessoas a fazerem melhor do que elas jamais pensaram que seriam capazes. Não é
isso que você está realmente objetivando?”(Citado em Shimokawa, K. e Fujimoto,
T. “The birth of lean”. Cambridge-MA, Lean Enterprise Institute, 2009, p.41.
Versão em Português prevista para Julho).
E mais uma vez, a espera de resposta de Ohno fez com que ele
continuasse a refletir sobre o papel e o grande poder de um simples cartão.
Ou seja, a aplicação dessa ferramenta ajuda e apoia um novo
sistema de gestão que pressupõe uma mentalidade desafiadora de melhoria
permanente, e que requer o envolvimento e colaboração das pessoas.
O exemplo do kanban é apenas uma ilustração da visão de que
“como tenho um martelo, minha vida se resume a procurar pregos e paredes”.
Outras ferramentas lean, por muitas vezes, tem tido o mesmo uso inadequado,
vistas como um fim em si mesmas.
Para continuar a leitura sobre Kanban e Lean, acesse:
http://www.lean.org.br/leanmail/85/o-kanban-e-lean-management.aspx
Publicado: mar/2010
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